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Oito segredos para ajudar sua organização a adotar a simulação

Educar sua organização é tão importante quanto educar seus alunos.

Ao longo da história da medicina, o aprendizado clínico tem se baseado em reproduzir as ações dos outros. Espera-se que os estudantes de medicina aprendam tarefas médicas complexas observando outros médicos realizarem essa tarefa. Isso é conhecido como a abordagem “ver uma vez, fazer uma vez”​ou o modelo de estágio.

Certamente, essa abordagem de aprendizado continuará tendo seu lugar. No entanto, em muitos casos, os especialistas na área da saúde veem a simulação como uma alternativa, ou pelo menos um passo, entre a aprendizagem em sala de aula e a prática clínica. Isso significa mudança.

Aqui estão oito segredos para promover a mudança necessária para integrar a simulação em sua organização:

1. Reconheça o desafio da mudança

A verdade é que a área da saúde pode demorar para assimilar qualquer tipo de mudança. Na Harvard Business Review, Mike Wagner sugere que os líderes da área da saúde que desejam implementar mudanças efetivamente, como a simulação médica, precisarão motivar suas equipes a:1

  • Serem receptivas à mudança
  • Estarem dispostas a experimentar e inovar
  • Tomarem decisões desafiadoras - sem depender da aprovação da liderança

Isso pode exigir uma mudança cultural significativa em muitas instituições. Mas tal mudança pode ser uma etapa crucial ao gerenciar a mudança substancial que a aprendizagem baseada em simulação representa.

É amplamente sabido que novas práticas na medicina levam 17 anos para serem adotadas. Segundo o Institute of Medicine, 17 anos é apenas uma média. Alguns padrões só são adotados bem mais tarde.

Livro anual do Institute of Medicine da Medical Informatics 2000

2. Esteja preparado para liderar realmente

Conduzir mudanças requer um esforço de toda a equipe. Estudos com frequência mostram que entre 50% e 70% dos esforços de mudança planejados são mal sucedidos. Por quê? Porque as mudanças não acontecem sozinhas. A mudança requer um promotor que esteja preparado não apenas para iniciar o processo, mas para concluí-lo e agir como um defensor implacável ao longo do caminho.

Max DePree, autor de Leadership is an Art, identificou as três funções que cada líder bem-sucedido deve ter. “A primeira responsabilidade de um líder é definir a realidade. A última é agradecer. Entre elas, o líder é um servo." Analise qualquer programa de simulação bem-sucedido e você encontrará um promotor que adotou a mentalidade de liderança da DePree.

3. Identifique um problema específico e solucionável

Diversos especialistas aconselham os líderes a se concentrarem em oportunidades tangíveis de solução de problemas ao introduzir uma mudança como a simulação médica. Como resultado, em vez de tentar mudanças em toda a instituição, alguns recomendam escolher e abordar uma situação de cada vez.2

A coordenadora de assistência neonatal do Seattle Children’s Hospital, Jeanette Zaichkin, NNP-BC, concorda. Ela diz que o aprendizado de simulação deve ser introduzido discretamente. “Faça algumas demonstrações”, ela sugere. “Comece devagar. Faça com que eles provem o sucesso. Mas eles também precisam saber que o objetivo da simulação é levar as pessoas além de seus limites, para que aprendam algo novo." 

“Comece devagar. Faça com que eles provem o sucesso...

Jeanette Zaichkin, NNP-BC, coordenadora de assistência neonatal do Seattle Children’s Hospital

4. Mantenha a sua solução simples e prática

"Comece com o fim em mente", como Stephen Covey diria. Comece escrevendo uma declaração de objetivos clara e focada que se alinhe ao problema específico que você identificou (consulte Sete hábitos de especialistas em simulação altamente eficazes).

Depois de determinar seus objetivos, compare-os com todas as decisões para que elas sejam feitas de forma consciente. Por exemplo, é fácil prender-se aos atrativos da simulação, especialmente quando se trata de fidelidade ou o o grau de realismo oferecido. Porém, mais fidelidade por si só não equivale necessariamente a resultados melhores. Simplicidade e praticidade são as melhores maneiras de abordar a introdução da simulação em sua organização.

5. Aproveite a experiência de seus colegas de simulação


Como os líderes da área da saúde começam a implementar a simulação médica? Muitos, como o Dr. Thomas Talbot da University of Southern California, dizem que é vital compreender primeiro o processo de simulação. “Ele não começa com uma planta e uma lista de equipamentos para comprar”, afirma ele. “Você deve começar aprendendo como os centros de simulação funcionam. Visite centros bem-sucedidos. Participe de um programa de treinamento de centro de simulação.”

O Dr. Amar Patel, do WakeMed Health & Hospitals, acredita que a preparação prévia é essencial. "Vá a conferências", afirma ele. “Entre em contato com especialistas de todo o país, peça ajuda aos fornecedores. Aprenda. Pegue o máximo de informações que conseguir e apenas assimile-as e entenda-as. Existem tantos programas fazendo...coisas incríveis por aí.”

6. Desenvolva relacionamentos internos sólidos

Embora a preparação aprofundada seja obviamente vital, mesmo os líderes da área da saúde bem preparados consideram que é preciso construir relacionamentos para implementar esse tipo de mudança significativa. De acordo com o Dr. Charles Pozner, diretor médico do Neil & Elise Wallace STRATUS Center for Medical Simulation em Brigham e Women´s Hospital, os líderes precisam garantir fortes relações interpessoais com as pessoas que implementarão o novo modelo de simulação. Afinal, a equipe pode viabilizar ou comprometer os esforços.

Resumindo, os líderes podem ter que cultivar suas relações com as equipes para aproveitar ao máximo o aprendizado com simulação.

Converter céticos em seguidores não é uma tarefa simples, mas é mais um dos desafios ​que os gerentes enfrentam ao tentar implementar novas tecnologias.

Dorothy Leonard-Barton e William A. Kraus, Implementing New Technology, Harvard Business Review, novembro de 1985

7. Foque primeiro nos ganhos no curto prazo

Implementar uma mudança dessa magnitude leva tempo. Celebrar as conquistas ao longo do caminho evita perder o foco e ajuda a manter a organização envolvida no processo.

Para garantir o sucesso no longo prazo, os líderes devem lembrar o motivo original de fazer um programa de aprendizado com simulação. Isto é, colocar o aprendizado para trabalhar em prol do desempenho. Em outras palavras, lembre-se de que o objetivo é melhorar os cuidados ao paciente e manter as melhorias ao longo do tempo.

8. Faça com que a mudança seja duradoura

Você atingiu os objetivos estabelecidos para sua organização. Os ganhos no curto prazo aconteceram e seu programa de simulação está bem estabelecido. O seu trabalho como agente de mudança está concluído?

Quando todos adotaram a simulação como uma ferramenta, é fácil pensar assim. Mas o verdadeiro teste é garantir mudanças comportamentais no leito do paciente. Até que você veja os padrões de comportamento e o conhecimento sendo transferidos para as ações no trabalho, as mudanças duradouras ainda não terão ocorrido.

Transferência de aprendizado significa escolher trilhar um caminho novo (e muitas vezes mais difícil e menos familiar). O caminho que o funcionário escolhe depende de muitos fatores em seu ambiente, bem como do próprio treinamento, e você conseguiu alcançar uma mudança duradoura. 3

Resumo

A simulação tornou-se parte integrante da educação em saúde em todos os níveis para alcançar resultados positivos para os pacientes, e isso significa que a mudança é inevitável. Dr Patel da WakeMed resume: “Afinal, estamos aqui para ajudar os alunos a serem mais competentes e confiantes em suas habilidades. E estamos aqui para manter nossos pacientes seguros.”

Referências

  1. Wagner, M., Bringing Outside Innovations into HealthCare, Harvard Business Review, October 28, 2013
  2. Smith K. How to Introduce Your Co-workers to New Technology Without Scaring Them. https://www.themuse.com/advice/how-to-introduce-your-coworkers-to-new-technology-without-scaring-them. Acessado em 30 de setembro de 2016.
  3. Wick, C., Pollock R., Jefferson, A., The Six Disciplines of Breakthrough Learning: How to Turn Training and Development into Business Results, 2010